Maldito abutre que governa a cidade:
Queria encontrá-lo aqui na minha frente,
Para acertar-te um pontapé bem potente,
Na sua traseira e sem piedade!
Pois quando eu vejo a desonestidade
Que demonstras, assim descaradamente,
Eu sinto por dentro uma fúria ardente
De dar-te um tabefe por necessidade!
Bem sei que a raiva também é maldade,
Mas surto em pensar na perversidade
De quem – governar - provou que não sabe!
Refiro-me ao estado de precariedade
Em que se encontra a nossa cidade
Devido ao governo do senhor Nãossab!
ISAÍAS GRESMÉS 23/01/2012
Criei este espaço com o intuito de expor meu trabalho. Sinta-se em casa amigo. OBSERVAÇÃO: NÃO SE ESQUEÇA DE DEIXAR UM COMENTÁRIO. PRECISO DA SUA OPINIÃO, POIS ELA É MUITO IMPORTANTE PARA O MEU CRESCIMENTO LITERÁRIO. OBRIGADO.
segunda-feira, 23 de janeiro de 2012
quarta-feira, 18 de janeiro de 2012
A MOTO E SEU CONDUTOR
A Jesus o grande
filho
De Deus pai, nosso
senhor
Peço ajuda nesta
empreita
Que terá muito labor
O tema será a moto
E também seu condutor
Muito tempo faz que a
moto
Fez-se pelo homem
invento
Substituindo então
O simpático jumento
Virando a burra de
ferro
A romper os pavimentos
Na caatinga espinhosa
O som da sua zuada
É o aboio atual
Que avisa à boiada
O momento bem exato
De bater em retirada
Na lama do pantanal
Pra tanger a bezerrada
O caboclo pantaneiro
Manda uma acelerada
Os animais se
assustam
E saem na caminhada
Até nos pampas do sul
O gaúcho de bigodão
Vai buscar o seu
rebanho
Acelerando no guidão
Depois da lida
cumprida
Senta e toma
chimarrão
No sudeste do Brasil
O motoboy é
personagem
Que rasga feito um
corisco
Todas as vias de
rolagem
Sendo figura polêmica
Em meio à paisagem
A cidade de São Paulo
Sem eles não vive não
Mas muitos enxergam
neles
Um visgo de maldição
Pois alguns são bem
malucos
E vazios de educação
Nas vias de grande
fluxo
Logo vem nos
corredores
O enxame de motocas
Trazendo seus
condutores
Para trás ficam os
carros
Alguns sem
retrovisores
Têm alguns mal
educados
Que buzinam sem parar
Achando que isso vai
Fazer o fluxo rolar
Mas isso só contribui
Para o caos se
instalar
Mas felizmente existe
O motoboy consciente
Que exerce a
profissão
Que ajuda muita gente
Transportando o
progresso
De forma eficiente
Na sexta-feira à
noite
Com a fome iminente
Ligamos à pizzaria
E pedimos à atendente
Que mande logo uma
pizza
Bem crocante e muito
quente
Quem traz é o motoboy
A nossa redonda
assada
Com isso a nossa fome
Bem logo é saciada
Nós pagamos, ele vai
Pra cumprir nova
jornada
Se acabar o gás em
casa
No preparo do feijão
É só chamar, no
telefone
Que lá vem a solução
É o motogás trazendo
Na traseira o botijão
O remédio controlado
O motoboy vem
entregar
Facilitando bem a
vida
De quem não pode
andar
É serviço essencial
Que se deve enfatizar
Enalteci os
motoqueiros
Em várias atividades
Desde a lida no campo
À loucura das cidades
Mas agora abordarei
Quem usa a moto na
maldade
II
É comum presenciarmos
Meninos fazendo grau
Que é empinar a moto
De forma bem radical
Isso causa euforia
E um mix de alegria
À platéia do local
Acelerando a moto
Numa via inclinada
O moleque abusado
Dá grau na envenenada
A traseira encosta o
chão
Dela sai faísca então
Deixando a galera
irada
Esta atividade está
Vitimando
adolescentes
Que pilotam as suas
motos
De forma
inconsequente
E nada irá mudar
Se bem já não se
adotar
Punições eficientes
III
A moto é preciosa
Se usada com rigor
A moto não é vilã
Pode ser seu condutor
A moto serve ao homem
No cumprir do seu
labor
A moto não é vilã
Pode ser seu condutor
Ela não vai sozinha
Arrancar retrovisor
A moto não é vilã
Pode ser seu condutor
Tampouco peidar
fumaça
Com seu ronco de
motor
A moto não é vilã
Pode ser seu condutor
Ou dar grau nas
nossas vias
Com jeito ameaçador
A moto não é vilã
Pode ser seu condutor
Incentivemos as
pessoas
Que as usam com
primor
A moto não é vilã
É
parceira do condutor
IV
O que podemos fazer
Pra mudar a realidade?
Penso eu que é
preciso
Que as nossas
autoridades
Se atentem ao
problema
E o encare de verdade
Comprar moto hoje é
fácil
O seu preço é de
banana
E a carta? Mais
ainda!
Basta dar a algum
sacana
Aquilo que ele gosta
Que é um maço de
grana!
Coibir as falcatruas
Que se dá na
aquisição
Da carta do condutor
Já resolve uma
questão
A outra é autuando
Quem fizer
contravenção
No mais, é o respeito
De quem anda na
cidade
E promover a harmonia
E a solidariedade
Ai teremos um
trânsito
Livre de inimizades
ISAÍAS GRESMÉS,
18/01/2012
quinta-feira, 12 de janeiro de 2012
AMOR ORIENTAL
AMOR ORIENTAL*
Foi numa manhã ensolarada de primavera que
vi Mishiko pela primeira e única vez. Naquele dia eu resolvi passear bem cedo
na cidade de Embu das Artes para, finalmente conhecer todos os seus encantos.
Fui motivado pela recomendação de um amigo.
O dia estava lindo. Era primavera, as
calçadas estavam lindamente cobertas pelas flores de Ipê Amarelo e foi
justamente ao pé de uma dessas árvores, que eu me vi frente a frente com a
criatura mais linda do universo!
Aproximei-me para iniciar um contato com ela, mas parei em seguida.
Não sei direito quanto tempo fiquei ali
apreciando a cena, mas verdade é que eu não senti o tempo passar. Ela era
escultora e esculpia na ocasião um bebê que segurava uma mamadeira. Estava tão
envolvida no seu trabalho que nem notou a minha presença.
Não sei como, de repente me vi andando de
mãos dadas à japonesa, numa alameda arborizada com imensos ipês. Paramos bem no
meio daquela rua perfumada e sob uma orquestra de pardais e bem-te-vis nos
beijamos magicamente. Um leve toque no meu ombro me fez voltar à realidade: era
Mishiko se apresentando a mim. Só então pude perceber que aquela deusa de olhos
puxados era muda e só se comunicava com mímicas. Pude ler o seu nome no lado
esquerdo do seu avental de artista. O momento foi mágico, pois a sua
deficiência na fala, não se fez empecilho para que iniciássemos ali uma
conversa que varou o dia...
Nossa
comunicação se desenvolveu fluidamente e, à medida que o tempo passava,
ficávamos mais envolvidos...
Um fortíssimo trovão arranca-nos dos nossos
sonhos, ou melhor, de um sonho do qual nós dois já fazíamos parte... Olhei para
o relógio... “Meio dia!”
Outro trovão... Pingos... Chuva torrencial.
Despedi-me da minha flor oriental prometendo
voltar outro dia. Ela sorriu. Eu me virei em direção ao meu carro e com o
coração já encharcado de saudades, parti.
Dois dias depois, cantarolando, saí logo
cedo para Embu das artes. Ao chegar estacionei o carro e corri em disparada
para o encontro do meu amor. Faltando alguns metros notei um movimento estranho
no lugar onde ela trabalhava: o imenso ipê amarelo estava ao chão e havia um
grupo de trabalhadores recortando seus galhos imensos. Fui chegando e notei que
o tronco da árvore fora partido ao meio como de fosse um graveto.
“O que aconteceu com esta árvore?” –
perguntei a um deles, não tendo coragem de perguntar primeiro sobre o paradeiro
da minha deusa de olhos puxados.
“Então você não sabe?”
“Não”, respondi.
“Dois dias atrás, mais ou menos na hora do almoço,
a ‘Japa’ estava recolhendo o seu material de serviço, quando começou a chover.
E foi ai que caiu um raio nesta árvore... ela morreu fulminada na hora!”
Hoje, passados vários anos do triste
episódio, ainda lamento pelo ocorrido, pois se em um dia eu conheci meu
verdadeiro amor, no mesmo dia o perdi. Sim, perdi! Perdi sem tê-lo
concretizado, sem ao menos ter sentido o gosto dos seus lábios! Ah, como eu
queria ter um filho com ela! Como seria lindo ver nossa família eternizada em
uma de suas esculturas! Agora o que tenho é só a sua imagem que ficou para
sempre esculpida na minha alma.
ISAÍAS GRESMÉS 12/01/2012
* Conto baseado na poesia “paixão oriental”,
de minha autoria.
segunda-feira, 9 de janeiro de 2012
AQUI VAI O MEU PROTESTO
Lá vem a chuva de verão
Soltando o seu berro
De destruição
Aqui grita o povo
Na desolação
Chorando as perdas na devastação
Lá vêm as desculpas do governo vil
De algum pedaço do nosso Brasil
ISAÍAS GRESMÉS, 9/01/2012
quarta-feira, 4 de janeiro de 2012
CRACOLÂNDIA
CRACOLÂNDIA
Mas uma vez
volto ao tema “Cracolândia”. É um assunto deprimente, mas precisa ser abordado
por todos na sociedade. Neste início de 2012, essa maldita “terra do crack”
voltou a ser notícia porque o poder público municipal, resolveu fazer uma faxina
no mal visto lugar. E o que se viu foi aquela triste cena de maltrapilhos
arrastando-se sem direção; verdadeiros mortos-vivos formando um quadro de
expressão horripilante.
A polícia fez
o cerco, avançou por sobre o terreno, expulsou os ocupantes dos estabelecimentos
abandonados e prendeu os poucos que ofereceram resistência. A representante da
polícia afirmou que o objetivo primeiro era esse mesmo: ocupar o espaço,
expulsar os viciados e prender os traficantes e que caberia ao poder público
entrar com ações sociais.
Após a
ocupação, a prefeitura iniciou a limpeza do local. Havia por ali uma quantidade
de lixo enorme, sem contar o mau cheiro causado pelas fezes e pela urina dos
ocupantes que foram retirados do local.
Uma questão
ganhou destaque em meio a tudo isso, a tal da “internação compulsória”, que é
uma internação à força, determinada pela justiça, sem o consentimento do
dependente da droga. Alguns especialistas se posicionaram a favor, sob o
argumento de que o viciado, devido à sua condição de total dependência, não
possui a mínima condição de se decidir por sua causa própria, restando, segundo
esses especialistas, à justiça a imposição do tratamento forçado. Outros
entendidos no assunto acreditam que este não seja o caminho, pois defendem que
o tratamento só é eficaz quanto o dependente químico deseja ser tratado.
Após ouvir os
dois lados, e mais, depois de presenciar de perto a “vida” dessas pessoas, fico
com a opinião daqueles que defendem a internação compulsória, pois acredito que
aquelas pessoas, em sua quase totalidade, não conseguirão jamais livrarem-se
das malfadadas fumaças dos cachimbos improvisados. O vapor maldito escraviza o
cérebro, e é ele quem deveria possuir o discernimento exato para concluir que o
crack, o senhor do fumacê, é algo a ser evitado a qualquer custo.
O argumento
do livre arbítrio é muito bonito, politicamente correto e por isso deveria
servir para resolver a esta situação, mas ele não é eficaz no caso dos viciados
em crack. Essa
droga vicia já na primeira baforada; o usuário passa então a ser mais um
escravo que caminha para a morte, mas antes de morrer vai vender tudo que tem,
vai destruir os laços de família, e se juntar a outros infelizes em igual
situação.
Já existe
várias “Cracolândias”, sendo que a mais famosa localiza-se nas imediações da
estação da Luz, na cidade de São Paulo.
O que fazer
para resolver esta triste situação? Será que basta apenas levar a polícia ao
local e expulsar os usuários como fez o prefeito de São Paulo? Será que o
problema maior é o lixo que essas pessoas deixaram naquele fétido local? Penso
eu que não. Defendo a internação compulsória para tratar os viciados o tempo
que for preciso; e também que se prendam os traficantes, punindo-os nos rigores
da lei; que se limpe o local, promovendo uma revitalização e que o mesmo seja
devolvido aos cidadãos de bem desta cidade.
Para que tudo isso aconteça seria necessário
muito mais que dinheiro por parte do poder público; é preciso antes de tudo,
boa vontade para resolver a situação em definitivo.
O que vimos
ontem foi muito mais uma faxina, no sentido real do termo, do que uma solução
para o problema. O prefeito desta cidade apenas varreu os usuários para outras
partes da região, ou seja, atacou o efeito e não a causa. Espero que seu
sucessor tenha a coragem para resolver de forma definitiva este terrível
problema, ou nós, munícipes, estaremos fadados a assistir àquelas tristes cenas
dos usuários em meio ao lixo nas ruas abandonadas pelo poder público desta
cidade.
ISAÍAS
GRESMES, 04/01/2012
sábado, 17 de dezembro de 2011
O NATAL DE MARIA
O NATAL DE MARIA
Para a maioria das pessoas que
transitavam freneticamente por aquela rua de comércio era a contagem regressiva
para o começo da ceia de natal. Para Maria apenas mais um dia a ser vencido
duramente. Seus olhos esquadrinhavam cada centímetro do chão em busca de algo
para comer ou para vender como sucata. Seu corpo esquelético, encoberto por
trapos, não era percebido por ninguém.
Narrador
Num vai-e-vem frenético
De pessoas apressadas
No meio está Maria
Com suas roupas rasgadas
A sua mente só pensa
Em ter a fome sanada
Esquadrinhando o chão
Com sua vista sofrida
Na esperança de achar
Algum resto de comida
Mesmo não achando logo
Ela não se dá por vencida
Maria olha adiante
Alguém comendo um pastel
E sente a barriga roncar
E triste olha pro céu
“Meu Deus, por que é que eu vivo
De forma assim tão cruel?”
Ali, do outro lado da rua alguém
a observa atentamente. Maria de repente percebe e se assusta, pois ela já não
se lembrava da vez que alguém dirigia um olhar daquele em sua direção. Fez
menção de fugir, mas conteve-se diante do sorriso da enigmática figura. Sentiu
uma estranha sensação que não conseguia traduzir.
O estranho se aproxima, olha nos
olhos dela e nada diz. Maria já não sentia medo e estendeu sua mão em direção dele
no momento em que ele lhe solicitou.
Narrador
Com as mãos dadas ao estranho
Maria avança sorridente
Na direção em que o sol
Faz bocejos no poente
Já não se sentia só
Voltou a sentir-se gente
Nesse exato momento João
trafegava por ali, estressado pois aquela seria a sua última entrega na véspera
de natal. Já não via a hora de chegar em casa para finalmente participar da
grande ceia familiar.
João
“ Ai meu Deus, esse transito que não anda!
– Mas o que é isso! – meu Deus, sai da frente!
Nãoooooooooooooooo!”
Narrador
Maria morreu na hora
Com a batida do caminhão
Apesar de todos os esforços
Que se mostraram em vãos
Da equipe do SAMU
Que ali fazia plantão
“Morreu na contramão
atrapalhando o trânsito.”
Narrador
Do alto, Maria observava seu
corpo estendido na rua e nada entendia. Sentiu a pressão da mão do estranho
que, sorridente, a puxava na direção do sol poente. E juntos com o sol, ambos
sumiram no horizonte.
ISAÍAS GRESMÉS 17/12/2011
terça-feira, 22 de novembro de 2011
O último toque
Nos seus olhos abertos
Me vi chorando
Já sem o brilho que a vida oferece de graça
Nos seus lábios senti uma dor
Já passada
Porque de teu choro não se ouvia mais nada
Nos seus dedos cruzados
Vi um zelo derradeiro
Doado derradeiramente à pessoa amada
No último toque que lhe dei
Um gelo que jamais esquecerei
Um frio que deixou minha vida enlutada
Isaías Gresmés 22/11/2011
Me vi chorando
Já sem o brilho que a vida oferece de graça
Nos seus lábios senti uma dor
Já passada
Porque de teu choro não se ouvia mais nada
Nos seus dedos cruzados
Vi um zelo derradeiro
Doado derradeiramente à pessoa amada
No último toque que lhe dei
Um gelo que jamais esquecerei
Um frio que deixou minha vida enlutada
Isaías Gresmés 22/11/2011
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