terça-feira, 29 de dezembro de 2009

A eternidade de um desejo

A ETERNIDADE DE UM DESEJO

Meu desejo de viver
É inverso a um desejo que não tenho-
O de morrer.

A batalha que travo diariamente pela vida,
Leva-me, aos poucos, para os braços da morte.

Obviedade.

A eternidade de um desejo
Esta na certeza de que a vida e a morte
Não podem existir isoladamente.

Veja o alvorecer da vida!

Contemple o lindo entardecer!
O crepúsculo finda o dia,
Mas a vida continua!

Olha a noite! Há vida nas estrelas!
E só quem é vivo é capaz de vê-la!

A eternidade de um desejo
Só se concretiza no nascer, envelhecer, morrer, renascer...


ISAÍAS RODRIGUES DE OLIVEIRA 29/12/2009

sábado, 26 de dezembro de 2009

Coração Vagabundo

Coração vagabundo* (Uma canção pra ocê minha nega V)

Vem minha nega,
Vem minha frô!
Num me faça de defunto:
Mór di quê qui sem ocê,
Vai pará é di batê,
Meu coração vagabundo.

Desde quando eu te vi
Dançano lá no bordé,
Qui botei nu meu juízo:
“Essa é minha mulé!”

Vem minha nega,
Vem amô,
“Num diga qui sô pamonha!”
Assuncê é uma frô,
É Maria-sem-vergonha.

Vem Maria, minha deusa,
Pra ocê daria o mundo,
Mas o mundo é de Deus.
Por isso, tome o qui é seu:
Meu coração vagabundo.

Vô tirá ocê da vida
Dá labuta do bordé.
Vançuncê só vai vivê
Do lado deste seu Zé.

Vem Maria, minha deusa,
Pra ocê daria o mundo,
Mas o mundo é de Deus,
Por isso tome o qui é seu:
Meu coração vagabundo.

ISAÍAS GRESMÉS 26/12/2009

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

DINHEIRO E RELIGIÃO

DINHEIRO E RELIGIÃO


Ao senhor do universo
Peço agora proteção
Para abordar um assunto
Carregado de tensão
O assunto é a parceria
Do dinheiro e a religião

É um assunto complicado
Pois faz despertar paixões
E estas desencadeiam
Guerras entre facções
Que lutam, cheias de raiva
E cegas em suas ações

Por detrás destas batalhas
Há montanhas de dinheiro
Que faz homens chafurdarem
Como porcos no chiqueiro
E isso é mal comum
À má fé no mundo inteiro

A fé cega, sem razão
Não enxerga a malvadeza
De quem lucra com a fé
E arrecada, na moleza
O dinheiro dos fiéis
Em prol da própria riqueza

O empresário da fé
Tem a fala carregada
De provérbios e versículos
Da escritura sagrada
Mas só enfatiza o dízimo
Só esta parte lhe agrada

O ímpio sacerdote
Só pensa em arrecadar
Os tostões de seus fiéis
Para depois enviar
Aos paraísos fiscais
Situados em além mar

Esse dinheiro é usado
Para comprar aviões
E para financiar
Carreira de mais ladrões
De políticos da “fé”
Em todas as eleições

Também arca com a compra
De jornais, televisões
Que depois serão usados
Para mostrar pregações
E, com elas, camuflar
Seus ilícitos e ações

São ações bem planejadas
Armadas com antecedência
Por pessoas inteligentes
Desprovidas de decência
Que sabem bem o que querem
Disso eles têm consciência

Tem religião que usa
A figura do pop star
Com o intuito de vender
Sua imagem popular
A massa néscia viaja
Pois não precisa pensar

A massa néscia viaja
E canta em coro canções
Enquanto o pop star
Coleciona mansões
Com haras e muito verde
Que valem vários milhões

II

A religião perfeita
Mora no seu coração
Não é ela que endireita
Seu andar, sua direção
Ela só mostra o caminho
Mas você segue sozinho
Nem que seja de mansinho
Na busca da redenção

O dinheiro não é vilão
Se usado com honestidade
Patrocina a boa ação
E a nossa dignidade
Mas, se acaso, for mal usado
Vai partir pro outro lado
Pro bolso de algum safado
Que não sabe o que é verdade



A fé é instrumento
De Deus, a nos auxiliar
Mas requer discernimento
Pois ela pode cegar
A fé, que não tem razão
É como planta sem chão
É verbo, mas sem ação
No céu jamais vai chegar

Àqueles que buscam riqueza
Explorando o bom crente
Que na sua singeleza
Não vê o mal aparente
Esses estão condenados
Pagarão por seus pecados
E serão, por Deus, culpados
Por enganarem sua gente

III

O dízimo é importante
Para ações benevolentes
Mas sua administração
Pede uso consciente
Honestidade é preciso
Também gestão competente

Dinheiro e religião
É união indispensável
Mas devemos vigiar
Pra que ela seja estável
Façamos dessa união
Muito linda e amigável

Não se admite mais
Pagamento de indulgência
O pecado só se paga
Praticando a decência
As religiões ensinam
Mas é sua a consciência

A religião não falha
Quem falha é o infiel
Que loteia o paraíso
E vende lugar no céu
Quem compra será mandado
Pro reino do beleléu

Devemos seguir Jesus
Na prática da boa ação
Que fez foi matar a fome
Multiplicando o pão
E ensinou-nos que dividir
É DIVINA operação

Isaías Gresmés 24/12/2009

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

A Força que Vem de Dentro

A FORÇA QUE VEM DE DENTRO

A força que vem de dentro
É de origem divina
E o universo é o seu centro

Contra ela não tem poder
Capaz de exterminá-la
Ou impedi-la de nascer

Ela é Deus a crescer em nós

Através da oração, mesmo se faltar a voz

Isaías Gresmés 18/12/2009

ANO DE ELEIÇÕES

ANO DE ELEIÇÕES

Ano que vem vai ter eleição
É hora de escolher o menos ladrão

Ano que vem nós vamos votar
Naquele que vai a todos roubar

Ano que vem é só papo furado
E a maioria néscia elegerá um safado

Que desfilará à câmera oculta
O dinheiro roubado da massa inculta

Depois o poeta, todo revoltado
Escreverá impropérios com versos irados

Ano que vem vai ter eleição
Renova-se a esperança no seio da nação

Isaías Gresmés 18/12/2009

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

QUARTO EM CHAMAS*

QUARTO EM CHAMAS* (UMA CANÇÃO PRÁ OCÊ MINHA NEGA IV)


Vem minha nega
Pra mor di nosso amo virá uma labareda

Vem meu pitel
Pra juntá us nosso fogo e fazê um fogaréu

Vem minha minina
Eu sou fogo todo seu, e ocê, minha gasulina

Vem minha Afrodite
Eu sou fóscu riscadô e ocê é dinamite

“E quando o sol escurecê
Eu não deixo ocê vê
A janela eu vou fechá
Intonce a gente vai se amá
Inté o dia amanhecê”

Isaías Gresmés 17/12/2009

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Certezas

CERTEZAS

Há uma certeza que governa todas as certezas:
O que é certo pode ser mensurado
E não há nenhuma incerteza nisso.

A certeza da vida se afirma com a certeza da morte;
E a morte determina a reciclagem da vida.
Tudo é um processo divino
Ditado, desde sempre, pelas leis do Criador;
E não há incerteza nisso.
Homem ou ameba, ambos são regidos pelo mesmo destino...

O universo é o quintal do divino Criador,
Onde tudo que existe tem sua razão de ser:
Tudo! Desde um simples elemento a um complexo conglomerado
Que atende pelo nome de Filho de Deus...

A vida do homem é a busca das certezas.
E, no caminho percorrido, vai deixando suas dúvidas para trás.

As certezas são mensuráveis – não há nenhuma incerteza nisso.

Mas, mesmo assim, uma incerteza ainda intriga o homem:
É a incerteza quanto ao tamanho do amor de Deus.
Seria infinito?
Teria começo?
Alguns pensam que este amor seria do tamanho do universo,
Mas este, já se sabe, expande a cada instante...

Essa é uma grande certeza: o Amor se expande a cada dia e não se sabe quando começa;
Também se sabe que não termina...

O homem, ao querer mensurar Deus,
Conforma-se com a sua situação de ser apenas mais uma criatura do Pai,
Pequena e imperfeita ainda,
E essa grandeza ele pode medir e entender; e o resultado lhe é certo.


ISAÍAS GRESMÉS 15/12/2009

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Ele Virá

Ele Virá


Ele virá!
Se a humanidade, contra Ele, não se virar...
Ele virá!
Se a humanidade, contra Ele não se desumanizar...
Ele virá!
Virá para quem O esperar.
Mas, não há razão em se preocupar:
Porque Ele, na verdade, aqui já está!
Em vir,
Não precisará.
Mas, como saber onde Ele está?
Para responder-lhe vou ousar:
Pergunte à criança, que não sabe falar;
Pergunte ao lesado, que não sabe pensar;
Pergunte ao velho, que esqueceu de lembrar;
Mas, não pergunte ao sábio em decorar...
Porque ele dirá:
Ele virá!
Ele virá!

Isaías Gresmés 04/12/2009

Elemento Relevante

Elemento Relevante

Elemento relevante
É um francês espumante
Quando o perdão vai brindar

É gesto emocionante
Que eterniza o instante
Com nobre gesto de Amar

É obra primordial

Do Mestre celestial
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Isaías Gresmés 04/12/2009

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Fio de Esperança

FIO DE ESPERANÇA

Para salvar o náufrago
Uma boia,
Uma corda,
Uma corda só, somente

Para salvar a Gestão Pública
Hei político, acorda
Acorda
Trabalhe para sua gente

Para afastar a dor
Da angústia, triste dor
Que na alma se faz frequente
Um sorriso delicado
Bonito e compassado,
De uma criança contente

Para amarrar
Nos corações dos homens
A fé que balança
Quase descrente

Um fio

Apenas um fio

Sim, um fio

Invisível e resistente

Seu nome é esperança
Sai dos braços da criança
Que lhe abraça docemente

Também sai da oração que emana de todo crente

Um fio

Apenas um fio

Um fio de esperança

Assim como as crianças
É obra-prima do Onipotente

Isaías Gresmés 3/12/2009

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Prece à causa desumana*

PRECE À CAUSA DESUMANA



Numa sala, sem saber que estavam sendo observados por seres humanos, um grupo de desumanos* faz uma prece em agradecimento ao seu senhor:

“Oh, maldito Capeta que estais no inferno, aqui estamos reunidos para vos agradecer pela benção desta propina que acabamos de receber. Sabeis-vos bem quantas crianças deixamos de nutrir, quantos velhos deixamos de assistir para que vossa obra obtivesse êxito. Não é de hoje que nós nos infiltramos entre os asquerosos humanos para cumprir o vosso mandamento que sentencia: ‘O mal triunfará porque os desumanos tornar-se-ão maioria na face da Terra’; mandamento este que nós tanto nos esforçamos para cumpri-lo na íntegra. Oh desgraçado Senhor das trevas, Essência maldita de todo o mal, cubrais este dinheiro sujo com vossa pegajosa maldição e que ele sirva para comprar a conivência dos simpatizantes e convertidos à causa desumana, para que em breve vos, oh peçonhento Capeta, possais triunfar por sobre a Terra e seus malditos seres infelizes. Que vossa fúria e vosso ódio recaiam por sobre todos, que assim seja!”

Gresmés 01/12/2009

NA *Desumanos são parecidos aos humanos, mas são diferentes na essência e na decência.