terça-feira, 23 de junho de 2009

MEUS VERSOS SÃO NEGROS

Os meus versos são negros
Negros como a asa da graúna

Assim como a linda ave, também cantam pelo mundo

São escuros igual a minha pele
Mas carregam a alvura quando fala de amor
E o breu quando berra a cólera

Meus versos carregam na genética
A garra da mãe África
Sim! mãe África! mãe da humanidade
Da humanidade multicor

ISAÍAS RODRIGUES DE OLIVEIRA

domingo, 21 de junho de 2009

O DESPERTAR DE UM SONHO

Linda garota dos olhos de mar
De tez morena
E cabelos de argila
Seus lábios são duas lascas gostosas
Da mais suculenta e doce maçã

Você perambula em meus pensamentos
Desde aquele dia em que eu te vi
Você, linda flor, corria entre as árvores
Com ar de criança a brincar no jardim

Ao se perceber sendo por mim observada
Lançou-me um raio bem no coração

Esqueci do tempo
De mim e de tudo
Sentei-me num banco e... nunca mais te esqueci

Despertei com pingos molhando minha face
E as trovoadas me trouxeram à vida...

Desde então toda tarde eu volto ao parque
Cochilo no banco e espero minha deusa dos olhos de mar, morena na pele
Cabelos de argila e lábios de maçã

ISAÍAS RODRIGUES DE OLIVEIRA 21/06/2009

sábado, 20 de junho de 2009

NOS VERSOS SOU "PASSARINHO", OS OUTROS "SÃO PASSARÃO"

Nos versos “sou passarinho”, os outros são “passarão”.


Eu sei contar versos sim!
Isso intelectualidade?
Eu penso que é castidade
Querendo se impor... enfim,
Isso não importa pra mim.
Os meus versos, livres são:
Engole até tubarão
Que cruzar o meu caminho.
Nos versos “sou passarinho”,
Os outros “são passarão”.


A soberba é tempestade
Que pensa ser chuva fresca.
É criatura ranhesca,
Incrustada de maldade...
Só espalha iniquidade,
Egoísmo e desunião.
Não entro nessa mais não!
Prefiro meu doce ninho:
Nos versos “sou passarinho”,
Os outros são “passarão”.

Já vi gente que pensava
Que o saber era medido.
E buscou algum sentido
Naquilo que mensurava.
Mas quanto mais procurava,
Só encontrava escuridão...
Jogou a trena fora então
E seguiu o seu caminho.
Nos versos “sou passarinho”,
Os outros são “passarão”.

Alguns poemas eu já li
Que não tinham conteúdo...
Eram sós... vazios de tudo;
Eu li-os e nada senti!
O que estava expresso ali?
Talvez só formatação...
Somente a casca do pão.
Prefiro o meu versinho:
Nos versos “sou passarinho”,
Os outros são “passarão”.

Num outro dia li um soneto
Decassílabo heróico!
De conteúdo paranóico:
“Medusa” sem o cateto!
Fantasma sem o Capeto...
Oh céus! Mas que aberração!
Isso é muita erudição,
Deixa eu no meu cantinho!
Nos versos “sou passarinho”,
Os outros são “passarão”.

Os meus versos são espontâneos.
(Do solo da minha cuca)
Nasce lá atrás da nuca,
Nos alqueires subterrâneos,
Das sinapses dos neurônios,
Deste autêntico negão.
Que sempre foi um cristão
Desde que pequenininho:
Nos versos “sou passarinho”,
Os outros são “passarão”.

Sigo assim a minha trilha,
Navegando por oceanos,
Vendo passarem os anos,
Rumando para minha ilha;
Meu canto de maravilha,
Onde meus versos, livres são!
E ninguém me mede não!
Pois lá sou um filhotinho,
Filhote de passarinho
Que sonha ser passarão.

Isaías Gresmés 20/06/2009

sábado, 13 de junho de 2009

Soneto à nona sinfonia

SONETO À NONA SINFONIA

Óh linda ninfa, mis das sinfonias,
Tu representas o amor musical
Do gênio, o mestre, que em suas agonias
Concebeu-te, suave, alva, angelical.

A surdez não foi nenhum empecilho
Capaz de impedir o teu nascimento:
À raça humana marca um momento
Em que sua estrela obteve mais brilho.

Salve Beethoven, bom filho divino:
Que soube driblar o seu vil destino,
Nos deixando o ouro da tua criação...

Obra prima, de Deus, a nona parte;
Princesa herdeira da música arte,
Que na Terra é a própria perfeição.


Isaías Gresmés 13/06/2009

segunda-feira, 8 de junho de 2009

SOLIDÃO NUNCA MAIS!

SOLIDÃO NUNCA MAIS


Já faz tempo que a alegria
Em meu peito fez morada.
E com essa, abençoada,
Canto e rio todo dia.
Levo uma vida sadia,
Como os lindos pardais.
A alegria, em mim jazz...
Hoje vivo a cantar,
Por isso posso gritar:
Solidão nunca mais!

Houve tempos em que fiquei
A perambular sozinho,
Sem ter quem me desse ninho
E triste, muito chorei.
Dos males que enfrentei,
Muitos eram infernais,
Mas não fraquejei jamais,
Sai de cabeça erguida:
Hoje tenho minha querida
E solidão nunca mais!

Eu não tinha um rumo certo
Pra rumar a minha vida.
E nesta vida desmedida
Meu futuro era incerto...
Não via meu bem por perto.
(Ela me seguia atrás)
Hoje essa flor lilás
É o rumo da minha vida,
Que agora está florida.
E solidão? Nunca mais!


Isaías Gresmés 08/06/2009