sábado, 25 de abril de 2009

Aqui meu amigo e poeta Rui Tavares, analisa um soneto meu:

OLÁ AMIGO RUI
VOCÊ FARIA A GENTILEZA DE ANALISAR ESTE POEMA PARA MIM? OBRIGADO.


NOVO LAR

Em uma calçada encontrei um colar,
De fino cordel e simples labor,
Com uma letra “I” a se destacar,
E nela, um escrito era instigador:

“Dentro desta letra há uma instrução
A qual deverá cumpri-la direito.
No fim ganhará como premiação
A magia do amor que está no meu peito.”

Meia noite... confuso e ressabiado...
Dirigi-me então ao local combinado:
Uma velha e erma estação de trem...

Foi então que uma deusa surgiu do além,
Ofertando a mim um lindo sorriso:
Era o meu bilhete para o paraíso.

Isaías Gresmés 07/12/2008


RUI E L
Considerações sobre o Soneto:

NOVO LAR


De Isaias Gresmés


Isaias, como já disse anteriormente, não reúno as condições necessárias (técnicas)
para analisar um texto poético coforme o convencionalmente estabelecido em regras. Para
isso, seriam imprescindíveis conhecimentos de análise interna e externa do texto, morfo-
logia das palavras usadas, colocação dos substantivos, enfim, uma gama de fatores que,
técnicamente, devem aparecer e serem comentados, os quais, apesar de conhecê-los, não
sou gabaritado para usá-los.
Por esse motivo, limito-me a fazer algumas considerações sobre a forma como vivi o seu
belo Soneto.

Considerações:

Título: NOVO LAR

- Aparentemente, para quem lê rapidamente o texto, pode haver uma impressão de que o
mesmo não tem nada que o relacione com seu título, porém, na minha opinião (esclareço
no final)tem tudo e, até acho que foi um recurso usado pelo autor, para buscar o inte-
resse maior do leitor.

Em uma calçada encontrei um colar,
De fino cordel e simples labor,
Com uma letra “I” a se destacar,
E nela, um escrito era instigador:[...]


- Aqui, o autor inicia o Soneto usando o verbo "encontrar" na primeira pessoa do singu-
lar e no tempo pretérito perfeito "eu encontrei", portanto colocando-se como personagem que
vivenciou a narrativa poética. Encontrou o quê? - Um colar feito com trabalho simples, pro-
vavelmente artesanal, onde se destaca a letra "I" (inicial do nome do autor) e, nessa letra,
há um escrito que chama a atenção dele (o autor). Essa estrofe é, no meu entender, uma corre-
ta e clara introdução ao assunto (tema) que será abordado no desenvolvimento do texto poéti-
co.


“Dentro desta letra há uma instrução
A qual deverá cumpri-la direito.
No fim ganhará como premiação
A magia do amor que está no meu peito.”[...]

- Começa aqui o desenvolvimento do texto, com a citação do conteúdo do escrito, o qual
diz que, dentro da letra "I" há uma instrução que deve ser cumprida na íntegra pelo perso-
nagem. Fala, também, que após cumprida essa missão, o prêmio será a magia do amor que está
no peito, obviamente, de quem escreveu a instrução. O autor coloca os versos dessa estrofe
entre aspas, dessa forma destacando essa parte do texto, dentro do conteúdo geral do Sone-
to, o que denota a sua importância na narrativa. Porém, sem esclarecer, ainda, qual seriam
as iniciativas que o personagem deveria adotar a seguir, visando cumprir a instrução conti-
da na letra "I" do colar, o que, penso eu, desperta o interesse para o restante da leitura.

Meia noite... confuso e ressabiado...
Dirigi-me então ao local combinado:
Uma velha e erma estação de trem...[...]


- Neste primeiro terceto o autor começa a executar e, consequentemente, dar conhecimento
ao leitor do teor da missão que deveria cumprir. Nota-se que esta, tem cunho misterioso, até
mesmo tétrico, pois deve ser cumprida num lugar ermo, (uma velha estação de trem) num horário
tido como assustador, à meia noite! Apesar de receoso e ressabiado (provavelmente por experi-
ências anteriores) o personagem segue firme na decisão de cumprir o que lhe foi solicitado.


Foi então que uma deusa surgiu do além,
Ofertando a mim um lindo sorriso:
Era o meu bilhete para o paraíso.



- Aqui, neste terceto, como corretamente deve ser, o arremate do Soneto, perfeito, exu-
berante! o encontro do autor com a entidade que ele considerou como uma Deusa vinda do além,
que, com esplendoroso sorriso, entregou-lhe o bilhete para o paraíso. (No meu entendimento,
para o NOVO LAR).

COMENTÁRIO:
- Sem dúvidas é um belo soneto! Uma análise correta, além dos ítens que já observei acima,
deveria observar métrica, rítmo, fluência de leitura e etc... dos quais me omiti pelo mo-
tivo já citado. Quanto a minha interpretação final, ou seja, o que eu entendi, como li e
vivi o texto:
- Tive a nítida impressão,após ler e reler o texto, que o autor viveu realmente essa expe-
riência, que não foi mera imaginação do Poeta, (logicamente com alguns brilhos poéticos),
que o colar, a velha estação de trem, a entidade que lhe sorriu, tem muito, para não dizer
tudo, com uma vida melhor, com novas perspectivas a partir daquela meia noite (não sei se
o horário é real ou está entre os "brilhos" que falei), enfim, com a tranquilidade, a paz
e o amor de um NOVO LAR!

Parabéns Isaías! Na minha modesta avaliação NOVO LAR é um excelente soneto.

Rui E L Tavares.

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