RODANDO NA CAPOEIRA
No passado eu era um iniciante
E um instrutor, quis-me castigar
Nem entrei na roda, veio o galopante
E o sangue, da boca, começou a pingar
Fiquei apavorado com aquele castigo
E o “quebra jereba” eu quis abandonar
Mas o gunga chamou e o inimigo
Deu-me um parafuso e eu fiz foi voar
Acordei no hospital só no outro dia
Uma costela quebrada e a outra também
Ali do meu lado minha mãe dizia
“Meu filho, se anime, você vai ficar bem”
Revoltado com aquilo que me aconteceu
Decidi treinar mais e com perseverança
Para poder enfrentar a quem me bateu
E assim dar início a minha vingança
Cinco anos passados... minha formatura
Dia especial lá na academia
Pensei cá comigo “hoje tem sepultura
E ela, por hoje, não fica vazia”
Joguei só com bambas da região
E lá, entre eles, não vi o “valente”
Depois de alguns tombos e “beijos no chão”
Aparece o carrasco com um riso entre os dentes
Bati em sua mão tal qual cascavel
Num bote, esperando a sua reação
Ele deu um aú, com as pernas pr’o céu
Eu na cabeçada o deixei sem ação
O traste levantou assim meio sem jeito
Seu riso entre os dentes tinha desaparecido
Soltou uma chapa de encontro ao meu peito
Mas eu esquivei e “martelei” seu ouvido
Ele meio tonto e meio sem rumo
Bambeando na roda feito bambu
Saiu para o lado, assim fora de prumo
E eu : cabeçada, rolê e aú...
O covarde aprendeu que na capoeira
A roda só gira... é bom respeitar
Pois o menino, que hoje, leva rasteira
Amanhã, em outra roda, pode te pegar
Isaías Gresmés 27/01/2009
um dia de batizado e esses valentes sorrisos entre dentes, me custaram algumas visitas a hospitais de ortopedia, que me afastaram e à minha família, definitivamente da capoeira.
ResponderExcluirfico feliz por você ter superado esses traumas, Isaias.
realmente hoje assisto e acho muito bonito. é o transe no qual entramos que me fascina.
beijos.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirComo prometido estou aqui Isaias,
ResponderExcluirDessa eu mesmo não sabia!
É mesmo veridica ou só uma poesia?