domingo, 25 de janeiro de 2009

NO CORDEL SOU MENESTREL

NO CORDEL SOU MENESTREL

Passarinho é cantador
Que canta até no céu
Penso eu ser trovador
Que transforma dor em mel
Mas Udine afirmou
Que eu sou um menestrel

Eu canto as coisas do mundo
Que gira em carrossel
Descrevo o nobre vaqueiro
Viajando com seu tropel
Mas não sou historiador
Apenas um menestrel

Aprecio a boa música
Vivaldi, Henry Purcell
Zé Ramalho, Zeca, Chico
Martinho da Vila Isabel
Mas não sou compositor
Sou humilde menestrel

Eu adoro futebol
Torço e grito pra dedéu
Quando o time perde o gol
Eu digo: “Meu Deus do céu!”
Mas não jogo não senhor
Sou apenas menestrel

Durante a copa do mundo
Fiquei até “mei pinel”
Ao ouvir o Galvão dizer:
“Vai que é tua Taffarel!”
Galvão é um narrador
E eu sou um menestrel

Falar de alegria é bom
Levar a taça, o troféu
Mas não vou me abster
De mostrar o lado cruel
Que a vida apresenta
A este atento menestrel

Têm coisas que eu não gosto
Como crianças ao léu
Deixadas à própria sorte
Num amargo destino em fel
Amigo, isso me esmaga
Mas sou só um menestrel

Eu também fico bem triste
Vendo mata em fogaréu
Transformando-se em fumaça
E poluindo o vasto céu
Mas o que posso fazer
Se sou só um menestrel

Deixo a tristeza de lado
E alegro-me no papel
Imprimindo a poesia
Em versos doces de mel
A poesia me alegra
Sigo sendo menestrel

O meu verso é uma pipa
E eu seguro o carretel
A linha é um cabelo
Igual o de Rapunzel
Ela laça a inspiração
E trás pra esse menestrel

Passarinho é cantador
Pescador vai no batel
Quem tem perfume é flor
Quem vive em ilha é ilhéu
Eu não sou um cordelista
Sou apenas menestrel

Isaías Gresmés 25/01/2009

2 comentários:

  1. põe menestrel nisso. o rei do cordel!

    lindo! beijos.

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  2. Parece que estou vendo um menestrel, andando pelas cidades de Embu, Taboão, São Paulo, e pelo mundo afora, cantando e contando histórias de Isaias Gresmes!!!!!

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