segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Homem chora por amor?

HOMEM CHORA POR AMOR?

Homem chora por amor?
Mas, homem chora,
Sem que sinta, realmente, dor?

Eu, homem, macho, posso afirmar,
Que no olho do homem a lágrima aflora,
Com o “sim” da amada ao pé do altar...

Mas, lágrima de amor não turva o olhar:

Dá um prazer imenso deixá-la rolar...

Isaías Gresmés 30/08/2009

sábado, 22 de agosto de 2009

Resistência

RESISTÊNCIA

Resistência é a água do pobre
Quando, no deserto da vida, busca a sobrevivência.
Esta qualidade lhe é vital
Na busca das migalhas que, quase sempre, lhe falta.

A vida é boa para quem sorri na mesa
Ao lado da família, com uma fatia de pão...
Mas para o pobre, ela é suja, é amarrada, é ensacada...
É preciso ser resistente à sujeira, às amarras, aos dejetos...

Pobre resistente alimenta-se de sobras,
Pois ele também é resto:
É resto na sociedade,
“...que ouçam quem têm ouvidos para ouvir...”
“...pois vos digo em verdade...”

Resistência é a vida do pobre
Esse camelo que, por tanto resistir, às vezes vence, segue em frente,
Mas que sempre olha para trás.

ISAÍAS RODRIGUES DE OLIVEIRA

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Amor real de amigo

AMOR REAL DE AMIGO

Não! Eu não quero lhe beijar!
Tampouco percorrer seu corpo em uma busca sem fim...
O que quero é a tua presença;
Quero sentir meu rosto modificar-se com a ação do seu sorriso...

Não! Eu não quero viver ao seu lado.
Quero apenas a tua presença na “Hora Boa”,
E estender nossa conversa até “Altas Horas”.

Não! Não quero ter filhos com você!
Quero apenas uma imensa prole de boas recordações,
Concebidas a cada novo encontro nosso.

O que quero minha amiga,
É envelhecer ao seu lado e morrer feliz,
Pois antes de morrer, eu já lhe disse “Eu te amo!”


Isaías Gresmés 13/08/2009

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

HUMILDADE

HUMILDADE


Onde está a humildade?

Ela está na formiguinha
Que não trabalha sozinha

E também no sol que irradia
A cada novo dia

Está presente na chuva abençoada
Que germina a semente na terra arada

Também está na fartura do pão
Que, como alimento, cumpre sua função

O humilde reconhece a sua parte no trabalho
E não se aborrece, não procura por atalhos

Entende que a pequena parcela do seu labor
É partícula importante de algo de mais valor

A humildade fortalece a alma do bom cristão
É força fundamental que nos conduz à elevação

A humildade é ensinamento de luz
Exemplificada ao mundo pelo Senhor Jesus

Isaías Gresmés 12/08/2009

terça-feira, 11 de agosto de 2009

O que não podemos mudar

O que não podemos mudar

Há certos fatos na vida,
Que não podemos mudar.
Um deles - nossa partida -
Quando a vez nossa chegar.

Um outro fato também
(Que afirmo aqui, com certeza)
É que há vida no além;
Além da nossa clareza...

Não há mistério algum.
Assim Jesus ensinou:
“Que esse é destino comum
Àqueles que aqui passou”.

Isso é um fato na vida:
Morrer é etapa cumprida.

Isaías Gresmés 11/08/2009

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Meu amor pelo Jethro Tull

Meu amor pelo Jethro Tull

Vou ouvir um som legal,
Na minha hora feliz,
No final vou pedir bis:
“Com vocês o Jethro Tull!”

A flauta – me faz sonhar;
Bela voz – me faz sorrir;
Eu queria era assistir
Os velhos deuses atuar.

Escutei ainda menino
“Aqualung”, um som divino,
Foi então que apaixonei

Pelo rock progressivo,
Esse som tão expressivo
Que jamais esquecerei.

Isaías Gresmés 11/07/2008

sábado, 8 de agosto de 2009

O urubu

O URUBU

Lá embaixo vejo meu almoço
Já exalando seu odor ruim
Meus amigos fazem alvoroço
Vou descer, senão será meu fim

Vejam só, é um cachorro morto
Estraçalhado por um caminhão
Eu prefiro carniça de porco
Mas, não tendo, vai esta então

Sou urubu, grande carniceiro
Me alimento de coisa estragada
Só não como resto de banheiro
Que os homens deixam na privada

As pessoas não gostam de mim
Dizem que sou bicho nojento
Mas não sou tão pestilento assim
O homem é muito mais fedorento

Pois, tem ele, por banho mania
Para livrar-se do terrível odor
Que acentua-se no fim do dia
Pelo mau cheiro do seu fedor

Urubu é sábio e muito exigente
E escolhe, no olhar, a sua refeição
Ele dispensa a carne de gente
Que carrega, em si, a sua podridão

Na natureza, todo bicho que morreu
Cai por terra para apodrecer
Os restos mortais do que faleceu
É alimento para o urubu crescer

Assim segue a vida se renovando
Cada um carrega a sua sina
O urubu - frondosa ave - segue voando
Em seu enigmático voo de rapina

ISAÍAS GRESMÉS 08/08-2009