terça-feira, 5 de janeiro de 2010

No portal do tempo

NO PORTAL DO TEMPO

No portal do tempo
Terás que um dia passar.
E não há nenhum atalho,
Nem ajuda, nem quebra-galho:
Nele, um dia tu vais chegar!

Cada ser vivente
Há de envelhecer.
E viajar rumo ao seu poente
Para assim deixar de ser...

Assim é o mundo,
O mundo material:
Não retrocede nenhum segundo
O tempo do seu portal.

O tempo é o futuro que está à frente.
Acredites, pois, na vida futura,
Não encare a velhice com amargura:
Sejas feliz! Sejas crente!

Isaías Gresmés

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

FIM DE JOGO?

FIM DE JOGO?

É o fim da partida
Para quem perdeu tempo
E junto com ele, a vida

É hora de pendurar a chuteira
Para quem ficou inerte
Durante a vida inteira

Para o corpo que se arrasta, isso representa o fim

Mas para a alma que se liberta, a vida diz: sim


Isaías Gresmés 4/01/2010

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

A eternidade de um desejo

A ETERNIDADE DE UM DESEJO

Meu desejo de viver
É inverso a um desejo que não tenho-
O de morrer.

A batalha que travo diariamente pela vida,
Leva-me, aos poucos, para os braços da morte.

Obviedade.

A eternidade de um desejo
Esta na certeza de que a vida e a morte
Não podem existir isoladamente.

Veja o alvorecer da vida!

Contemple o lindo entardecer!
O crepúsculo finda o dia,
Mas a vida continua!

Olha a noite! Há vida nas estrelas!
E só quem é vivo é capaz de vê-la!

A eternidade de um desejo
Só se concretiza no nascer, envelhecer, morrer, renascer...


ISAÍAS RODRIGUES DE OLIVEIRA 29/12/2009

sábado, 26 de dezembro de 2009

Coração Vagabundo

Coração vagabundo* (Uma canção pra ocê minha nega V)

Vem minha nega,
Vem minha frô!
Num me faça de defunto:
Mór di quê qui sem ocê,
Vai pará é di batê,
Meu coração vagabundo.

Desde quando eu te vi
Dançano lá no bordé,
Qui botei nu meu juízo:
“Essa é minha mulé!”

Vem minha nega,
Vem amô,
“Num diga qui sô pamonha!”
Assuncê é uma frô,
É Maria-sem-vergonha.

Vem Maria, minha deusa,
Pra ocê daria o mundo,
Mas o mundo é de Deus.
Por isso, tome o qui é seu:
Meu coração vagabundo.

Vô tirá ocê da vida
Dá labuta do bordé.
Vançuncê só vai vivê
Do lado deste seu Zé.

Vem Maria, minha deusa,
Pra ocê daria o mundo,
Mas o mundo é de Deus,
Por isso tome o qui é seu:
Meu coração vagabundo.

ISAÍAS GRESMÉS 26/12/2009

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

DINHEIRO E RELIGIÃO

DINHEIRO E RELIGIÃO


Ao senhor do universo
Peço agora proteção
Para abordar um assunto
Carregado de tensão
O assunto é a parceria
Do dinheiro e a religião

É um assunto complicado
Pois faz despertar paixões
E estas desencadeiam
Guerras entre facções
Que lutam, cheias de raiva
E cegas em suas ações

Por detrás destas batalhas
Há montanhas de dinheiro
Que faz homens chafurdarem
Como porcos no chiqueiro
E isso é mal comum
À má fé no mundo inteiro

A fé cega, sem razão
Não enxerga a malvadeza
De quem lucra com a fé
E arrecada, na moleza
O dinheiro dos fiéis
Em prol da própria riqueza

O empresário da fé
Tem a fala carregada
De provérbios e versículos
Da escritura sagrada
Mas só enfatiza o dízimo
Só esta parte lhe agrada

O ímpio sacerdote
Só pensa em arrecadar
Os tostões de seus fiéis
Para depois enviar
Aos paraísos fiscais
Situados em além mar

Esse dinheiro é usado
Para comprar aviões
E para financiar
Carreira de mais ladrões
De políticos da “fé”
Em todas as eleições

Também arca com a compra
De jornais, televisões
Que depois serão usados
Para mostrar pregações
E, com elas, camuflar
Seus ilícitos e ações

São ações bem planejadas
Armadas com antecedência
Por pessoas inteligentes
Desprovidas de decência
Que sabem bem o que querem
Disso eles têm consciência

Tem religião que usa
A figura do pop star
Com o intuito de vender
Sua imagem popular
A massa néscia viaja
Pois não precisa pensar

A massa néscia viaja
E canta em coro canções
Enquanto o pop star
Coleciona mansões
Com haras e muito verde
Que valem vários milhões

II

A religião perfeita
Mora no seu coração
Não é ela que endireita
Seu andar, sua direção
Ela só mostra o caminho
Mas você segue sozinho
Nem que seja de mansinho
Na busca da redenção

O dinheiro não é vilão
Se usado com honestidade
Patrocina a boa ação
E a nossa dignidade
Mas, se acaso, for mal usado
Vai partir pro outro lado
Pro bolso de algum safado
Que não sabe o que é verdade



A fé é instrumento
De Deus, a nos auxiliar
Mas requer discernimento
Pois ela pode cegar
A fé, que não tem razão
É como planta sem chão
É verbo, mas sem ação
No céu jamais vai chegar

Àqueles que buscam riqueza
Explorando o bom crente
Que na sua singeleza
Não vê o mal aparente
Esses estão condenados
Pagarão por seus pecados
E serão, por Deus, culpados
Por enganarem sua gente

III

O dízimo é importante
Para ações benevolentes
Mas sua administração
Pede uso consciente
Honestidade é preciso
Também gestão competente

Dinheiro e religião
É união indispensável
Mas devemos vigiar
Pra que ela seja estável
Façamos dessa união
Muito linda e amigável

Não se admite mais
Pagamento de indulgência
O pecado só se paga
Praticando a decência
As religiões ensinam
Mas é sua a consciência

A religião não falha
Quem falha é o infiel
Que loteia o paraíso
E vende lugar no céu
Quem compra será mandado
Pro reino do beleléu

Devemos seguir Jesus
Na prática da boa ação
Que fez foi matar a fome
Multiplicando o pão
E ensinou-nos que dividir
É DIVINA operação

Isaías Gresmés 24/12/2009

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

A Força que Vem de Dentro

A FORÇA QUE VEM DE DENTRO

A força que vem de dentro
É de origem divina
E o universo é o seu centro

Contra ela não tem poder
Capaz de exterminá-la
Ou impedi-la de nascer

Ela é Deus a crescer em nós

Através da oração, mesmo se faltar a voz

Isaías Gresmés 18/12/2009