quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

DINHEIRO E RELIGIÃO

DINHEIRO E RELIGIÃO


Ao senhor do universo
Peço agora proteção
Para abordar um assunto
Carregado de tensão
O assunto é a parceria
Do dinheiro e a religião

É um assunto complicado
Pois faz despertar paixões
E estas desencadeiam
Guerras entre facções
Que lutam, cheias de raiva
E cegas em suas ações

Por detrás destas batalhas
Há montanhas de dinheiro
Que faz homens chafurdarem
Como porcos no chiqueiro
E isso é mal comum
À má fé no mundo inteiro

A fé cega, sem razão
Não enxerga a malvadeza
De quem lucra com a fé
E arrecada, na moleza
O dinheiro dos fiéis
Em prol da própria riqueza

O empresário da fé
Tem a fala carregada
De provérbios e versículos
Da escritura sagrada
Mas só enfatiza o dízimo
Só esta parte lhe agrada

O ímpio sacerdote
Só pensa em arrecadar
Os tostões de seus fiéis
Para depois enviar
Aos paraísos fiscais
Situados em além mar

Esse dinheiro é usado
Para comprar aviões
E para financiar
Carreira de mais ladrões
De políticos da “fé”
Em todas as eleições

Também arca com a compra
De jornais, televisões
Que depois serão usados
Para mostrar pregações
E, com elas, camuflar
Seus ilícitos e ações

São ações bem planejadas
Armadas com antecedência
Por pessoas inteligentes
Desprovidas de decência
Que sabem bem o que querem
Disso eles têm consciência

Tem religião que usa
A figura do pop star
Com o intuito de vender
Sua imagem popular
A massa néscia viaja
Pois não precisa pensar

A massa néscia viaja
E canta em coro canções
Enquanto o pop star
Coleciona mansões
Com haras e muito verde
Que valem vários milhões

II

A religião perfeita
Mora no seu coração
Não é ela que endireita
Seu andar, sua direção
Ela só mostra o caminho
Mas você segue sozinho
Nem que seja de mansinho
Na busca da redenção

O dinheiro não é vilão
Se usado com honestidade
Patrocina a boa ação
E a nossa dignidade
Mas, se acaso, for mal usado
Vai partir pro outro lado
Pro bolso de algum safado
Que não sabe o que é verdade



A fé é instrumento
De Deus, a nos auxiliar
Mas requer discernimento
Pois ela pode cegar
A fé, que não tem razão
É como planta sem chão
É verbo, mas sem ação
No céu jamais vai chegar

Àqueles que buscam riqueza
Explorando o bom crente
Que na sua singeleza
Não vê o mal aparente
Esses estão condenados
Pagarão por seus pecados
E serão, por Deus, culpados
Por enganarem sua gente

III

O dízimo é importante
Para ações benevolentes
Mas sua administração
Pede uso consciente
Honestidade é preciso
Também gestão competente

Dinheiro e religião
É união indispensável
Mas devemos vigiar
Pra que ela seja estável
Façamos dessa união
Muito linda e amigável

Não se admite mais
Pagamento de indulgência
O pecado só se paga
Praticando a decência
As religiões ensinam
Mas é sua a consciência

A religião não falha
Quem falha é o infiel
Que loteia o paraíso
E vende lugar no céu
Quem compra será mandado
Pro reino do beleléu

Devemos seguir Jesus
Na prática da boa ação
Que fez foi matar a fome
Multiplicando o pão
E ensinou-nos que dividir
É DIVINA operação

Isaías Gresmés 24/12/2009

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