SELVA DE PEDRA
Ontem, floresta, rios, animais
Hoje, trânsito e empreendimentos prediais
Ontem, harmonia com a natureza
Hoje, água morta – Tietê – tristeza
Ontem os curumins podiam nele brincar
Hoje, no seu Vale, meninos vão roubar
Ontem a visão eurocêntrica prevalecia
Hoje a prevalência é a da burguesia
Ontem, bosques, flores perfumes
Hoje vielas estreitas, fedor, estrume
Ontem, podia-se ver o belo João-de-barro
Hoje, pra onde se olha, só se vê os carros
Ontem, a Vila de São Paulo de Piratininga
Hoje, os botecos que só vendem pinga
Ontem uma selva, intacta, genuína
Hoje, mortos vivos pela cocaína
Ontem já passou, já se foi, já era
Hoje somos frutos da selva de pedra
Isaías Gresmés 18/11/2008
Muito vivo,muito real seu poema. É uma pena que precisemos poetar algo tão cruel como nosso mundo real. Parabéns poeta.
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